quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Aldeias Trasmontanas


Aldeias Trasmontanas

Fartura de Congressos / resultados….

Na última edição do Semanário “A Voz de Trás-os-Montes” encontramos referências a quatro iniciativas relacionadas com as aldeias e o Mundo Rural:

§ A Convenção Europeia da Montanha, Chaves, 14 e 15 de Setembro;           
§  Murça esteve representada na Hungria no Congresso “ O futuro dos rios e cursos de água no mundo rural europeu”;   
§  Em Macedo de Cavaleiros realizaram-se as “ I Jornadas Ibéricas de Recuperação de Aldeias Abandonadas” 22 a 24 de Setembro;
§ Em Boticas no 29 de Setembro haverá um Simpósio Internacional “Inovação e Identidade no Desenvolvimento Rural”.

            Nunca como hoje o Mundo Rural foi tão debatido e as suas temáticas envolventes tratadas com tanto rigor e empenho por ilustres especialistas nacionais e estrangeiros.

            Será que este esforço, de louvar e aplaudir, dos organizadores e dos participantes terá resultados consequentes para as aldeias e as suas populações?

            Será que a resposta para os nossos problemas e necessidades se encontra em projectos e exemplos Europeus descontextualizados e inadaptados à especificidade da nossa região Trasmontana, do nosso clima, da nossa cultura, das nossas tradições e sobretudo do imaginário que povoa a mente do homem rude e agreste das nossas montanhas.

            Em Trás-os-Montes “apenas” necessitamos de valorizar as características e autenticidade do nosso território dando visibilidade aos elementos de base:

            - Os Espaços naturais verdadeiramente preservados.

            - As Paisagens protegidas.

            - O Património arquitectural cuidadosamente valorizado.

            - Os produtos locais de qualidade e a gastronomia típica.

            - O artesanato original e criativo.

            - As tradições e as práticas culturais guardadas ao longo dos tempos.

- Oferta de um vasto leque de actividades de lazer que explorem os pontos de atracção turística, sem os desvirtuar.

- Organizar itinerários de visita originais, ao encontro de paisagens, locais e monumentos que mantêm a sua autenticidade.

            - Privilegiar, sempre, as relações com a população local.

            As aldeias têm que ter gentes e vida própria só assim conseguiremos preservar um passado histórico ancestral, bem demarcado nos hábitos e costumes primitivos que ainda mantêm a chama da tradição com legados que andam de boca em boca. Só assim se conseguirá pôr em evidência a identidade de um povo serrano, fiel aos seus usos e costumes, labutando dura e teimosamente numa área algo rude e aparentemente hostil, mas com recursos de excelente qualidade e genuidade, sobrevivendo em harmonia e equilíbrio com a Natureza.
           
            Qualquer intervenção terá que ter em conta a melhoria da qualidade de vida das populações e a preservação das condições naturais existentes.

            Estas causas têm que ser colectivas, em especial daqueles, entre os quais me incluo, que tiveram a fortuna e a felicidade de terem nascido numa aldeia de Trás-os-Montes, num reino de liberdade para homens, animais e plantas, e… por lá continuam, como diz Miguel Torga no seu Diário, “ a receber ordens dos seus antepassados”, para que a citação do escritor castelhano Júlio Llamazares não seja eternamente correcta: 
Haverá no Mundo terra mais pobre que esta? - Sim. Trás-os-Montes, em Portugal


1 comentário:

  1. Qual foi o resultado das I Jornadas Ibéricas de Recuperação de Aldeias Abandonadas? surgiram projectos novos de recuperação de aldeias? gostava de poder juntar-me a uma grupo de pessoas com a mesma filosofia de ecologia, autosuficiencia e recuperação do meio rural e dar vida a coisas =)
    agradecia informação.
    grates

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