Cursos EFA Escola Diogo Cão –
Vila Real
Visita de estudo ao grande
Porto, Aveiro e Cerâmica da Vista Alegre.
No dia 9 de
Fevereiro os formandos e formadores dos cursos EFA foram, mais uma vez,
conviver e alargar horizontes de acordo com os princípios orientadores deste
tipo de formação.
Pelas 8.30h
aconteceu a partida da capital transmontana, do largo do Seixo, em autocarro da empresa Tâmega, rumando de
seguida à IP4 com destino ao litoral.
Calcorreados poucos
quilómetros entramos “naquele vale verde – verde, verde – de
campinhos de milho – que os castanheiros aconchegam”, como descreve a Campeã
a escritora Luísa Dacosta.
Rompemos
o Marão no Alto do Espinho. Deixamos Trás-os-Montes e prosseguimos no Douro Litoral.
Apreciamos as obras da nova auto-estrada, reparando nas entradas e saídas do
famoso túnel, o tal que todos aguardamos que em breve seja escavado o restante miolo.
Como um
milhafre voamos a pique em direcção à princesa
do Tâmega dando então início a um percurso mais plano pelas terras do Vale do
Sousa, Penafiel e Paredes.
Atravessamos os vinhedos da quinta da Aveleda,
observando os bardos mais altos que os
nossos, que produzem o afamado verde que Eça de Queiroz aconselha servir-se “do
alto de uma infusa”.
Ultrapassamos a serra de Valongo de xisto e ardósia
que bem conhecemos pelas nossas bandas e nos recorda os ponteiros e lousinhas
da primária.
Entramos no grande Porto, mais trânsito, mais gente,
mais fábricas, mais movimento, temperaturas mais suaves mas também mais stress,
mais confusão e maior dificuldade no cumprimento dos horários.
Chegamos ao
aeroporto de Pedras Rubras, sentimos a azáfama da chegada e das partidas, fomos
cúmplices das emoções de despedidas saudosas, assim como dos rostos risonhos
daqueles que regressavam.
Passamos pela
refinaria da Petrogal em Leça da Palmeira. Logo depois encontramos o mar, magestático, assustador, imenso com
gaivotas, barcos e pescadores.
Encostada na rocha,
a ouvir-lhe os segredos, a Casa de Chá desenhada pelo Arquiteto Siza Vieira, o
farol, a praia, o porto de Leixões, curiosos paquetes de luxo e muitos navios
cargueiros, com madeira, pedra, ferro e caixotes a que chamam contentores.
Entramos nos
territórios azuis e nobres da cidade do Porto; o castelo do Queijo, os Jardins
do Passeio Alegre a Foz do rio Douro,
onde também chegam as águas do rio Corgo, que depois de passarem pelo Codessais
o Tarragido e a Ínsua finalmente encontram o oceano Atlântico.
Passamos pela
Ribeira, atravessamos a ponte metálica de D. Luís. No Cais de Gaia fizemos uma pequena paragem
junto aos grandes armazéns onde se
guardam as pipas de vinho fino que pisamos nos lagares da Ermida e Alvações,
que também vimos carregar em barcos Rabelos no Cais da Régua e do Pinhão, aqui
aguardam a partida em navios de maior capacidade para as terras da Grã-Bretanha
e para todo o mundo.
A jornada continuou
por Espinho, cidade gémea de Vila Real , onde os “Tigres” equipam como o nosso “Sport
Club”. Passamos por Ovar a tal doca de onde chegam as sardinhas que a nossa avó
tanto apreciava, dizendo: “são de comer e
de regalar”.
Mais a Sul avistamos
o rio Vouga com diversos canais serpenteando pela ria. Barcos moliceiros com
vistosas decorações continuam a exercer a dupla tarefa de apanhar algas, que
vão fertilizar os campos, e pescar peixinhos.
Alcançamos
finalmente Ílhavo, a fábrica da Vista Alegre que desde 1824 é o símbolo maior
da cerâmica portuguesa. Convivemos com a
sua história e a sua actividade, verificamos como de um simples pedaço de barro,
mãos prodigiosas elaboram peças únicas que enfeitam a nossa mesa e decoram as
vitrines das nossas casas.
Agradecemos aos
profissionais da Vista Alegre a lhanesa como nos receberam, o almoço e a mesa
que connosco partilharam, os valores de trabalho, organização e método que nos
transmitiram, assim como o grande orgulho
que têem nesta empresa quase
bicentenária, que desde a sua fundação sempre defendeu as melhores condições e
direitos dos colaboradores, com o pioneirismo de criar uma biblioteca, uma
creche, uma banda de música, um grupo de teatro, uma escola, uma oficina de
lavores, um corpo de bombeiros e uma capela.
Deixamos uma palavra
de gratidão para o senhor Diretor da Escola Diogo Cão, professor José Maria
Magalhães, para todos os elementos da
direção e formadores que tornaram possível a concretização desta inolvidável jornada de cultura e
formação.
Sem comentários:
Enviar um comentário